Quando a pandemia iniciou, sabia-se que seus sintomas do Covid-19 estavam relacionados a doenças respiratórias, como como tosse, febre e cansaço.
No entanto, estudos comprovam que a anosmia (perda do olfato, paladar e ausência de odores), são também efeitos desta patologia e que inclusive pode ser o único sintoma de pacientes positivos para o Coronavírus.
Desta forma, nota-se que ela vem ocorrendo até com mais frequência que outras manifestações características da doença, como citado acima.
Estes sintomas, têm auxiliado no diagnóstico inicial de pessoas infectadas pelo Covid-19.
Em situações fora pandemia, os sintomas da anosmia são corriqueiros e comuns em outros tipos de patologia, como resfriado e gripe, porém sempre de forma transitória e reversível.
O que é anosmia
Como mencionamos a anosmia é a perda do olfato e paladar.
A primeira vista, ela pode ser um problema por si só ou um sintoma de outra complicação na saúde, tendo prevalência em 19% da população.
Em geral, esta era uma patologia que ocorria por conta da irritação temporária ou permanente ou a destruição das membranas mucosas que revestem o interior do nariz, ocorrendo em decorrência à:
- Sinusite aguda
- Resfriado comum
- Rinite alérgica
- Gripe
- Rinite não alérgica
Além disso, a anosmia pode acontecer devido a obstruções nasais como:
- Deformidades ósseas dentro do nariz
- Pólipos nasais
- Tumores
O fato é que é possível perder o s olfato se qualquer parte da via olfativa for danificada ou destruída. Isso pode acontecer como resultado de:
- Idade
- Doença de Alzheimer
- Aneurisma cerebral
- Cirurgia cerebral
- Exposições químicas a determinados inseticidas ou solventes
- Diabetes
- Desnutrição
- Doença de Parkinson
- Alguns medicamentos, por exemplo, aqueles voltados para pressão arterial elevada
- Dentre outras
Importante lembrar que o envelhecimento e o tabagismo são também considerados fatores de risco para a anosmia.
A anosmia & Covid-19
O que tem se observado com relação à Covid-19 são relatos de perda de olfato e paladar sem retorno, mesmo após o desaparecimento dos demais sintomas e da criação de anticorpos pelo organismo.
Ou seja, a perda de olfato e paladar pode permanecer após recuperação.
Embora perder o olfato possa parecer um efeito colateral leve, as consequências podem ser devastadoras.
O olfato está intrinsecamente ligado à autopreservação.
Ou seja, a capacidade de identificar o odor da fumaça decorrente de incêndio, de vazamentos de produtos químicos ou de comida estragada.
É à capacidade do ser humano sentir sabores complexos e apreciar a comida.
As infecções respiratórias
A maioria das infecções respiratórias apresenta um neurotropismo, ou seja, um vírus que tem habilidade de infectar o sistema nervoso periférico, acometendo a parte respiratória.
Por isso é comum a manifestação de anosmia por um curto espaço de tempo, coexistente com outros sintomas respiratórios como congestão nasal e coriza.
Com o coronavírus, o desenvolvimento da anosmia é diferente, pois pode acontecer independentemente do comprometimento respiratório alto e da congestão nasal (via de entrada para o sistema nervoso) podendo ocasionar um processo inflamatório, comprometendo assim a via olfatória.
Estudos realizados
Através dos estudos de artigos, os quais apresentam casos sugestivos de associação de infecção, quando comparada a alteração na ressonância magnética, foi possível desenvolver protocolos específicos para auxiliar no diagnóstico de Anosmia, por meio da Ressonância Magnética.
Nos casos em que estiver descrito no pedido médico, ou quando relatado pelo paciente, é realizado o exame de Ressonância Magnética de crânio com as sequências já padronizadas e com adicional sequências Coronal T2 fino e Coronal T1 fat fino sem contraste.
Este protocolo foi criado com a finalidade de avaliação do Bulbo olfatório.
Desta forma é possível identificar alteração de sinal neste, que na ausência de lesões concomitantes no lobo frontal ou cavidade nasal adjacentes, tem sido sugeridas como provavelmente decorrente de infecção pelo coronavirus.